sábado, 5 de dezembro de 2009

DA CATALOGAÇÃO AO USO DE RECURSOS INFORMACIONAIS DIGITAIS: REQUISITOS FUNCIONAIS PARA REGISTROS BIBLIOGRÁFICOS (FRBR)

Silva, Renata E.1(IC); Santos, Plácida L. V. A. C.1(O).

1Departamento de Ciência da Informação, Universidade Estadual Paulista - UNESP.

          A área da representação descritiva (também chamada de descrição bibliográfica e catalogação) é marcada por inúmeros encontros de profissionais e especialistas, que há séculos buscam melhorias, a fim de tornar a busca do usuário pela informação mais eficaz. Com o advento das tecnologias informacionais e a internet, surgiram necessidades de manter as bibliotecas e unidades de informação atualizadas de acordo com estas tecnologias e, com isso, houve um aumento da frequência dos encontros dos peritos da área. Desde o surgimento dos primeiros códigos de catalogação, estudiosos vêm buscando uma melhor utilização destes, levando em consideração a eficácia da recuperação do usuário da biblioteca ou unidade de informação, definindo novos métodos e regras, padrões e normas, discuntido os problemas encontrados e maneiras de resolvê-los, e tornando o catálogo (instrumento foco da catalogação) mais usualmente simplificado aos olhos do usuário, universal, visando compatibilidades internacionais sobre seus usos de modo a tornar sua recuperação cada vez mais eficiente. Os avanços na área das tecnologias informacionais trouxeram consigo um aumento também formas e suportes onde a informação pode ser armazenada nas bibliotecas e unidades de informação. Surgem então os Requisitos Funcionais para Registros Bibliográficos (FRBR), que, sendo um modelo conceitual do universo bibliográfico, trás uma estrutura que se divide em entidades, atributos e relacionamentos, e tem como principal função descrever e representar este universo que está em crescente expansão. Esta pesquisa tem por objetivo estudar o modelo FRBR, destacando suas funções, componentes, benefícios e a aplicação de seus conceitos. Para que esta meta seja atingida, um levantamento bibliográfico foi feito em diversas fontes, de modo a obter informações pertinentes e recentes acerca do assunto. Utilizam-se, portanto, como fontes principais desta pesquisa o “Functional Requirements for Bibliographic Records: Final Report”, divulgado pelo grupo de estudos da IFLA em FRBR e aprovado pelo Standing Committee of the IFLA Section on Cataloguing, o qual foi revisado e data do ano de 2008, e publicações científicas relacionadas ao modelo e ao seu uso. Obteve-se como resultado parcial um conteúdo consistente, porém foi observada uma carência quanto a publicações impressas ou monografias em língua portuguesa que trouxessem como foco os FRBR, e foi encontrado pouco sobre o tema em suportes nãodigitais. Apesar de muito se falar no modelo, visto que é um tema relativamente atual e que vem sendo bastante discutido nos últimos anos, principalmente por ser um dos elementos de destaque que o RDA (Resource Description and Access) trará consigo, pouco do que é obtido nas buscas trás informações adicionais ou diferentes do que usualmente é abordado quando o assunto é FRBR. Pode-se concluir que os FRBR são o diferencial dessa nova fase que a representação descritiva está vivendo. Mesmo já podendo ser utilizado por bibliotecas que utilizam o SGBD Virtua (VTLS) como ferramenta opcional, seu reconhecimento nacional e internacional na área da Catalogação, de fato, somente virá com a aplicação do novo código RDA, onde será ferramenta fundamental para otimizar a recuperação da informação.

CNPq

CONGRESSO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA, 17., 2009, São Carlos.

Anais de Eventos da UFSCar, v. 5, p. 66, 2009

8º Jornada Científica e Tecnológica da UFSCar - 5 a 9 de outubro de 2009

http://www.jornada2009.nit.ufscar.br/cic/uploads/C03/C03-015.pdf

RDA – RESOURCE DESCRIPTION AND ACCESS: OBJETIVOS, CARACTERÍSTICAS E DESENVOLVIMENTO DO NOVO PADRÃO PARA DESCRIÇÃO DE RECURSOS E ACESSO

Assumpção, Fabrício S.1(IC); Santos, Plácida L. V. A. da C.1(O)

1Departamento de Ciência da Informação, Universidade Estadual Paulista, Faculdade de Filosofia e Ciências, Campus de Marília

          A catalogação, frente à nova realidade proporcionada pelas Tecnologias da Informação e Comunicação (TICs) nas últimas décadas, necessita de instrumentos de descrição compatíveis com os novos tipos de ambientes, recursos, conteúdos, suportes e formas de acesso que surgem com esta nova realidade. Dessa necessidade surge a proposta do padrão RDA – Resource Description and Access (Descrição de Recursos e Acesso). O objetivo deste trabalho é analisar o desenvolvimento deste padrão, e abordar seus objetivos e características. O estudo apresentado foi realizado por meio de levantamentos bibliográficos, leituras e análises de textos, relatórios e discussões sobre o desenvolvimento do padrão, além de exercícios práticos de descrição com o rascunho do mesmo. Como resultados, expomos alguns tópicos pertinentes ao desenvolvimento, objetivos e características do RDA. A proposta do RDA é fornecer diretrizes e instruções para o registro de atributos e relacionamentos das entidades definidas nos modelos conceituais FRBR e FRAD. O alinhamento com os modelos conceituais é considerado como uma das principais características do RDA, pois eles proporcionam uma cobertura de todo tipo de conteúdo e mídia, além de flexibilidade e extensibilidade para acomodar as características de novos recursos e adaptabilidade para que os dados produzidos possam ser aplicados em uma variedade de ambientes tecnológicos. O RDA também mantém alinhamento com a Declaração Internacional dos Princípios de Catalogação, a qual tem como objetivo nortear a construção de códigos de catalogação. O novo padrão é independente da estrutura de apresentação proposta pela ISBD, no entanto é compatível com ela. Os registros criados com o RDA poderão ser aplicados na estrutura dos formatos MARC 21 para dados bibliográficos e de autoridade, e serão compatíveis com os registros já existentes criados de acordo com o AACR2 e padrões similares. O RDA conterá 37 capítulos, separados em 10 seções, as quais formarão duas partes: registro dos atributos das entidades e registro dos relacionamentos entre as entidades; o padrão conterá também 13 apêndices com instruções que complementarão as seções. O desenvolvimento do RDA acontece sob os auspícios de instituições anglo-americanas, as quais também são responsáveis pelo AACR2. Com base nos resultados obtidos, podemos concluir que o RDA trás promessas de um padrão internacional projetado para o mundo digital que possibilite a descrição de todo tipo de conteúdo e mídia, no entanto, sua eficiência e aceitação só poderão ser avaliadas após sua publicação, a qual está prevista para novembro de 2009.

CNPq

CONGRESSO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA, 17., 2009, São Carlos.
Anais de Eventos da UFSCar, v. 5, p. 56, 2009

8º Jornada Científica e Tecnológica da UFSCar - 5 a 9 de outubro de 2009

RDA e OCLC

          O RDA (Resource Description and Access) é o novo padrão de catalogação que substituirá o AACR2.
          Ele está sendo desenvolvido pelo Joint Steering Committee for the Development of RDA (http://www.rda-jsc.org/index.html). A publicação da ferramenta on-line da web deve ocorrer no final de 2009. Os editores são a Associação Americana de Bibliotecas, a Associação Canadense de Bibliotecas e o Chartered Institute of Library and Information Professionals (CILIP), associação de classe do setor no Reino Unido.
          A OCLC tem tido grande participação no processo que está criando o RDA através de nossa afiliação extraoficial no Comitê da ALA sobre Catalogação: Descrição e acesso e através de nossa representação no Comitê Consultivo de MARC. Nossa equipe também está participando dos dois RDA Examples Groups do Joint Steering Committee e do RDA/MARC Working Group, que está elaborando propostas para a alteração do formato MARC 21 em prol do RDA. Além disso, a OCLC é representada na ALA RDA Implementation Task Force, que está planejando atividades de implementação nos EUA. A equipe da OCLC participou das sessões do programa patrocinadas pela Task Force, e outras participações estão agendadas para futuras sessões. A equipe da OCLC também se uniu recentemente à equipe das três bibliotecas nacionais dos EUA para discutir e planejar o período de teste/avaliação, previsto para o início de 2010. A equipe de catalogação dos Serviços de Contrato de Metadados da OCLC participará do teste.
          Nos últimos anos, a OCLC também adquiriu experiência na criação de conjuntos de obras do FRBRized com base em dados bibliográficos dos registros existentes e na criação de relações semelhantes com base nos ISBNs e ISSNs relacionados. Existe ainda um trabalho contínuo que usa os dados baseados em ONIX criados pelos editores como base para os registros que podem ser usados nos catálogos da biblioteca. Todas essas atividades têm relação com o RDA.
          A equipe da OCLC também participa de discussões sobre catalogação na IFLA (Federação Internacional das Associações de Bibliotecários e de Bibliotecas) e está envolvida na criação e manutenção de padrões de catalogação nessa organização, incluindo os formatos FRBR (Functional Requirements for Bibliographic Records), FRAD (Functional Requirements for Authority Data), ISBD (International Standard Bibliographic Description) e UNIMARC.
          Nos preparativos para o teste no início de 2010, a OCLC começou a trabalhar para implementar as alterações do MARC 21 aprovadas pelo MARBI nas últimas reuniões (incluindo as reuniões na Conferência Anual da ALA em julho de 2009). Essas alterações serão implementadas no âmbito das plataformas existentes de catalogação, compartilhamento de recursos e descoberta da OCLC. O RDA tem o potencial de mudar significativamente o modo como os dados bibliográficos são criados e usados. Essas possibilidades futuras facilitadas pela ferramenta on-line RDA serão consideradas como parte do desenvolvimento dos sistemas do futuro.

(2009 08 25)

http://www.oclc.org/americalatina/pt/news/announcements/announcement386.htm